segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Discurso de si

- Não se vá tempo perdido,

Não me dilacere tanto assim,

Não posso paz revolver;

O que posso eu fazer?

Lamentar será a sina?!

Minha alma abomina

Não passa mais tempo,

Fica, moe, tritura e corroe

Reclamar é o que faço?!


- Não podes desse jeito caminhar, querida!

Que lamúria não é teu consolo;

Pobre mulher;

Pobre menina;

Sois tu tão pequenina;

Tua pequinês te faz altiva

Oh menina porque lamenta?!


- Minha alma é minha dor;

Ela quem saberá te dizer;

Não fui tão comum;

Quem me dera, fosse ser;

Sofro por ser diferente;

Diferente de muita gente;


­- ­Ohhh pobre mulher!

Ohhh pobre menina!

Se eu tivesse poderes mágicos;

Faria você feliz

Ohh pobre mulher

Ohhh pobre menina

Talvez lamentar seja mesmo a tua sina


-Não, mas eu não quero continuar assim,

Que faço eu?!


- Não lamentes querida mulher;

Querida menina;

Seja forte como a rocha

Seja forte como água

Seja forte como vento

Erga sua cabeça, e não se entristeça mais...

Ohh pobre mulher

Ohh pobre menina....


M.A'

domingo, 17 de janeiro de 2010

Agradecimento partido

Foi a Ida que eu pedi;
No momento angustiante;
Foi a ida que eu pedi;
No momento tribulante;
E foi a ida que eu pedi...

E agora melhor pensando;
Não era a ida que eu queria;
Queria apenas o retorno;

E agradeço a luz da ida, porque não veio;
E agradeço a luz da ida, que me fez ficar;
E agradeço a não ida, que me fez forte;
E agradeço a não ida, por agora ser o que sou;

M.A'

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Memórias para Futuro...

É agora, é a hora;
É a vida é o momento;    
Sei que vou;
Andar mais que 'voar';
Vou agora pisar no chão, correr sem saltar;  
E nem pensar em desviar; 
Se pedras surgirem, machucados meus pés há de ficar; 
Não me importarei, derrubarei diversos obstáculos;  
Suscitarei cada queda, e mais, vou mostar-me como nunca;
E vai ser a hora de todos vêem meu salto;    
E aí, hei de rir;   
Rir bastante, desgastar todas as dores dos pés;
E olhar que os calos me serviram pra me empurrar;  
Sim, irei para frente, não olharei para trás; 
E não hei de lamentar as feridas que as pedras causaram;    
Não terei tempo; 
Tenho que chegar; 
E quando chegar;
Ahhhh, quando eu chegar; 
Eu irei pular muito, para todos verem;  
Sim, me erguerei linda, vibrante e inebriante;   
E perguntarei a todos:     
Não foi assim que me vistes?!    
Não era isso que esperavas?!  
Achavas que eu não conseguiria?!
Pois bem, estou aqui!  
E cresci, como nunca esperaria crescer;
Sim, sei que quando eu chegar no meu pódio;  
Eu irei olhar para essas palavras e aí...
Eu mesma irei me responder:  
É, eu tive razão.    
Eu consegui mesmo. 
Obrigada!
A.C.

Cartas na mesa

Copiosa esperança,

Falsa lembrança

Verdade absurda

Mentira desejante

Imaginação delirante

Realidade abstrata

Concretização faltante

Espera natural

Vida real


M.A'

Devaneio da Realidade



Onde estou se não consigo me situar;
Olho para os lados e não vejo meu caminhar;
Passados os tempos e findados os momentos;
De paciência, não teve prêmio meus alentos;
Mordaz o tempo, que falta faz prosseguir;
E que caminho tomar, na imensidão desse mar;
Infinitos e sem trilhas é esta maré;
Não há paz nessa verdade incapaz;
Não faço entender em linhas, pois faço curvas na reta;
Incompreensível ser, quem poderá te entender;
Ao menos fica o trajeto, de quem caminhou flutuando;
E na areia não ficaram passos, apenas sobram espaços...

A.C.