Ela se via no espelho e parecia que não se via;
Seus olhos ressequidos de saudade;
A se ver não se via na outra metade;
Havia duas: A do Real e a do Espelho;
A do Espelho dizia: esta sou eu. Elogiando a do real;
A do Real dizia: Quem é você?. Não reconhecendo a do Espelho;
A do espelho se empompava de adornos;
A do Real não admirava, os seus contornos;
A do real não se via no espelho;
A do real via além do seu espelho;
A do Espelho, pedia pra do Real se esquecer;
Que a aparência é melhor do que conhecer e ser;
A do Real não conseguia se enxergar
Achava-se tão feia, mas não via, ao se olhar;
As duas pasmadas ao se admirar;
Ergueram e uniram as mãos;
Tentando se encontrar;
E ao sair do espelho;
Não sabia do porque do desespero ;
E começou a pensar;
De como se via, ao se olhar...
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