sábado, 27 de novembro de 2010

A Dama no Espelho


Ela se via no espelho e parecia que não se via;
Seus olhos ressequidos de saudade;
A se ver não se via na outra metade;

Havia duas: A do Real e a do Espelho;
A do Espelho dizia: esta sou eu. Elogiando a do real;
A do Real dizia: Quem é você?. Não reconhecendo a do Espelho;

A do espelho se empompava de adornos;
A do Real não admirava, os seus contornos;

A do real não se via no espelho;
A do real via além do seu espelho;

A do Espelho, pedia pra do Real se esquecer;
Que a aparência é melhor do que conhecer e ser;

A do Real não conseguia se enxergar
Achava-se tão feia, mas não via, ao se olhar;

As duas pasmadas ao se admirar;
Ergueram e uniram as mãos;
Tentando se encontrar;

E ao sair do espelho;
Não sabia do porque do desespero ;
E começou a pensar;
De como se via, ao se olhar...

Amor Por Sofia

Sofia sabe
E por ser sábia, pensa não saber
Pois ninguém antes lhe disse
De onde vem o querer
Mas Sofia pensa
Que por sábia ser
Nada disso lhe pode fugir
E nem tudo daquilo pode ver
Sofia tem ciência
Que nem tudo é fato
Que a loucura desvenda
Se a lógica perde o tato
Mas Sofia sabe
Que tudo se supõe
E pensa saber
Que amar não sabe
E logra-se Sofia
Pois do amor não se conhece
Porém, pelo amor se perde.

Sofia não sabe amar. 

Erick Ravane
(Não podia deixar sem postar essa poesia, retirado do blog:
 http://erickravane-arteimo-liricas.blogspot.com/2010/11/amor-por-sofia.html )